sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ao senhor juiz penitente,


Avisto no campanário
um jovem velho e cenho.
Permaneço no meu charco,
água e barro sei que tenho.

Lépido e penitente
desce para receber-me,
deixa dúvidas pendentes
desnecessário esclarecer-me.

Da melhor forma possível
tenta abjurar-se
neste instante inexprimível
que procura blindar-me.

Mas o que quer é imarcescível,
independente de vontade,
inexplicável, irredutível,
ao que parece é desvantagem.

Existe um óbice de cor sépia
escondido atrás de um cedro
é distância muito gélida,
indubitábel: causa medo!

Então brindo perigo idílico
vejo o lume se mostrar
em um feixe periférico
que faz desenfastiar.

Agora anseio um belo gládio,
acompanhado de jubilo
para haurir tempo lendário
que o sentimento é indiviso.




ass.: Ser Pantanoso.
27/03/2011

palavras malucas pra você juiz, do jeito que você gosta , abraço!


quinta-feira, 14 de junho de 2012

vim dizer

Oi!
Depois de tanto tempo sem entrar no meu blog, me surpreendi ao descobrir que tem tanta coisa mudada.
Criei coragem pra clicar em algo que não mudou: Nova postagem.

Há duas semanas venho escutando as músicas que escutava quando tinha 14 e me deu saudade de me vestir de Lucy e ser, mas não sei mais como fazer isso. Vim dizer que é muito triste quando a gente quer muito fazer uma coisa e ao mesmo tempo não quer, vim dizer que é inquietante lembrar do aniversário de alguém mas  não dar os cumprimentos e fingir que não me importo quando na verdade me importo mesmo que pouquinho.
Vim dizer que não gosto de pessoas moralistas porque quanto mais moralistas, mais falsas.

Vim dizer que meu brilho sempre foi reflexo, mas não total.

Vim dizer que nunca pensei que estaria feliz me desfazendo dos meus sonhos antigos e criando novos, mas estou.

E eu sou um perfeito esboço de algo que não ha esforço no mundo capaz de terminar.


E cada esforço que faço
desato laços, nós
e só se desata só.

Sejam felizes, aniversários!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sete.

Sete caras da verdade

Sete faces do conto de fadas

Sete anões

Sete espadas


Sete pecados capitais

Sete dilúvios

Sete delírios

Sete cais


Sete portas

Sete poetas

Sete rosas

Sete espinhos


São sete homens,

Mas sete meninos.

Bicho de sete cabeças.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O que foi isso, Luciana?

Vestido rodado

Mariquinha, ocê sumiu,
Foi pra escola e num vortô.
Faz três dia, duas noite.
Vorta cá pro nosso amô.

Minha fia, que tristeza!
Quem será que te pegô?
Tô com medo de te perdê
Porque seu pai num te achô.

Oiamo em tudo quanto é lado
Na favela, no metrô
Inté guardei o vestido rodado
Que ocê ainda num usô.

Seu pai disse que mata um
Ele mata se arguém num te devorve
Seu irmão disse que ajuda
Arrumô inté revorve.

Mariquinha vorta pra casa
Ou pede pra trazê quem te levô
Vorta cá pro nosso lado
Que nóis já si desesperô.

Minha fia, a saudade é tanta
Do tamanho do nosso amô
Aparece logo, viva e boa
Pra usá o vestido que ocê num usô.

Julho 2011


(40.000 crianças e jovens desaparecem por ano no Brasil)

domingo, 13 de novembro de 2011

Sementes.



Meu pé de pitanga florido
Meu pé de pitanga colhido
Meu pé de pitanga comido

E é melhor parar de falar.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Little Lion Man




"Weep for yourself, my man,
You'll never be what is in your heart
Weep little lion man,
You're not as brave as you were at the start
Rate yourself and rake yourself,
Take all the courage you have left
Wasted on fixing all the problems
that you made in your own head


Tremble for yourself, my man,
You know that you have seen this all before
Tremble little lion man,
You'll never settle any of your score
Your grace is wasted in your face,
Your boldness stands alone among the wreck
Now learn from your mother
or else spend your days biting your own neck


But it was not your fault but mine
And it was your heart on the line
I really fucked it up this time
Didn't I, my dear?"


(munford and sons)